terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Ouvindo sem parar - Santogold

Frequentemente decido que novos sons vou escutar pelas capas dos discos. Na verdade eu sou uma espécie de viciado em capas interessantes, instigantes. Então já dá para imaginar o que aconteceu quando vi isso:


Mais uma vez não me arrependi. Assim como aconteceu com Björk, Otto, Etta James, Cibelle, entre outros, a música está completamente à altura do visual. Santogold é o primeiro álbum de Santigold, projeto da cantora/compositora Santi White, nascida no Brooklin, e do produtor/compositor John Hill. A mistura traz um pouco de tudo: ragga, hip-hop, punk-rock, miami bass (ou releitura de funk carioca estilo M.I.A) asian pop e  pop do mais deslavado também. O resultado é um conjunto de músicas que parecem saídas de lugar nenhum e de todo lugar ao mesmo tempo, com a voz às vezes melodiosa, às vezes lânguida e descompromissada de White dialogando com beats, samples e sons malucos de gente como Disco D, Switch, Sinden, Freq Nasty, Diplo, Radioclit, Clifford "Moonie" Pusey, Chuck Treece, Naeem Juwan, M.I.A, e Trouble Andrew. Aí embaixo o vídeo de "L.E.S Artistes", também de encher os olhos!



sábado, 5 de dezembro de 2009

Peixe Voador

Esses são desenhos que fiz para o material de um seminário de arquitetura...acabaram não sendo utilizados, mas pela simpatia do peixe com asas de origami, resolvi colocar aqui.



domingo, 22 de novembro de 2009

HQ - Capote no Kansas


Andei lendo Capote no Kansas (no original "Capote in Kansas" pela Oni Press), publicado no Brasil pela editora Devir, e não posso deixar de comentar o prazer de ler a ficção histórica de Ande Sparks e Chris Samnee. A bela história desenvolvida por Sparks procura estudar as motivações e transformações sofridas pelo escritor Truman Capote ao viajar para o Kansas em busca da história de A Sangue Frio, seu livro mais famoso. Ande Sparks é famoso por ser arte-finalista da revista Lanterna Verde, entre outros destaques, mas também é um estudioso da obra de Truman Capote, de forma que desenvolveu um roteiro enxuto e digno da empreitada de recontar uma história tão popular, se permitindo a liberdade de convocar o fantasma de Nancy Clutter para discutir com Capote as razões e circunstâncias dos fatos na obra. O bom roteiro serviu como uma luva para os desenhos fantásticos de Chris Samnee, que trabalha luz e sombra em preto e branco absolutos com uma força narrativa impressionante, além de um trabalho genial de expressão e caracterização de personagens.





Uma ótima leitura para quem leu "A Sangue Frio" e para quem não leu também!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Rafael Sica - Não faria mais sentido se tivesse início, meio e fim?

A arte de Rafael Sica é estranha. a pergunta acima foi retirada de comentários ao blog Rafael Sica Ordinário.


Não sei explicar direito porque gosto do trabalho dele, sei com certeza que é diferente de tudo que já tinha visto em tiras. Talvez o mais difícil seja admitir que as "anti-tiras" do Sica não precisam de sentido, indicação de para que lado se deve ler (frequentemente acabo lendo para dentro...).


Abaixo uma história realizada pela transcrição de comentários de leitores do blog:



Simplesmente genial.

sábado, 24 de outubro de 2009

Exposição: Regina Silveira – Linha de Sombra, CCBB, Rio de Janeiro


O processo da arte


Uma das características que mais admiro no trabalho de um artista é a capacidade de gerar surpresa, apreensão. A arte possui esse poder de reinventar e reapresentar questões que parecem superadas de forma completamente inesperada e a partir daí provocar a inquietação do espectador, obrigá-lo a examinar as certezas pré-concebidas que trazemos e colocar em xeque sua percepção, levando à reflexão.

Longe de querer analisar impropriamente o trabalho de uma grande artista como Regina Silveira, gostaria de expressar minha felicidade ao me deparar com a “retrospectiva” linha de sombra, no primeiro andar do Centro Cultural Banco do Brasil. Sempre me impressiona, em exposições que compreendem um longo período de produção de um artista, perceber a pesquisa incansável pelo desenvolvimento de uma linguagem.

É surpreendente o caminho percorrido pela artista e, conseqüentemente pelo espectador. A influência da iluminação sobre objetos no espaço é representada pela relação luz e sombra, algo aparentemente trivial, mas através de estudos de perspectiva, ritmo, proporção, profundidade, contraste e diversas características de forma e desenho, as sombras líricas, fluidas, voluntariosas, encontram conceitos como ausência, percepção, materialidade, monumentalidade, estranhamento, distância, espaço, abstração...

A sensação de percorrer aquele caminho em algumas horas é a de manipulação do espaço e tempo, que se contrai ou estica dependendo do olhar empregado. Talvez uma experimentação breve e instigante de parte daquele processo criativo, que, claramente exposto pelos croquis e estudos apresentados, faz-se intenso, forte, desafiador. E é essa talvez a impressão que ficou marcada, ao sair da exposição e sentar-me sob a cúpula central do edifício, iluminada por uma instalação de Regina, de que o processo é o registro vivo da criação na arte, e, porque não, da vivência da arte.

E esse processo é contínuo e o olhar é mais um elemento que constrói a experiência, ponte entre a inquietação do artista e a sensibilidade do espectador. É uma verdadeira aula de criação e linguagem artística.



(Imagem do post: Derrapagem, 2004, vinil adesivo e madeira, 5,14 x 21,44 m, "Projeto Parede", Museu de Arte Moderna de São Paulo, 2004, São Paulo, SP, Brasil. Foto: João Musa.)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Notas pessoais de um sempre iniciante na vida, nada que vá ajudar a ninguém.